REVIEW: “Sound of Metal”

A grandiosa e importante paixão pela música encontra um imprevisto que precisa ser lidado com seriedade e paciência. Em Sound of Metal, o diretor Darius Marder convida a gente para conhecer um pouco sobre o universo de Ruben, interpretado de modo preciso pelo talentoso Riz Ahmed. O protagonista faz parte de uma dupla musical com sua parceira, Lou (Olivia Cooke). De início, é possível perceber a energia catártica da música presente na vida do personagem. O baterista está entregue por inteiro ao som e ao público. As cenas são intensas e nos ajudam a compreender a relevância da arte para a história que será contada.

Ruben descobre que tem uma condição de saúde que reduz a sua capacidade auditiva. Incrédulo, confuso e sem saber o que fazer com a velocidade que o problema se espalha, ele precisa encontrar meios para atenuar ou reverter a situação. Nesse conflituoso momento, o personagem encontra Joe (Paul Raci), uma pessoa fundamental para o melhor entendimento da condição e as alternativas disponíveis.

A performance de Ahmed conduz o ritmo do filme, assim como Ruben guia a bateria em cada show de tirar o fôlego da audiência. Existe um poder muito forte, de forma introspectiva, na maneira como ele constrói as facetas do protagonista que precisa de respostas o mais rápido possível e espera voltar aos palcos o quanto antes. O ator sabe como desenvolver brilhantemente o sentimento de perda e reencontro.

O som também funciona como um personagem nesse filme. A precisão nos detalhes faz com que a experiência seja catapultada a um nível de imersão que raramente tem ocorrido nos últimos anos. Recomendo assistir com os fones de ouvidos. Vale a pena, me agradeça depois.

Apesar de parecer mais simples que os seus concorrentes na temporada de prêmios, Sound of Metal trabalha com uma elaborada produção que esbanja primor técnico e a sua qualidade é perceptível em todos os estágios do filme: montagem, som, performances, direção de arte, fotografia, roteiro e direção.

No decorrer da história, Ruben precisa tomar decisões que vão mudar para sempre a sua vida e as experiências prévias ditam o tom de suas escolhas. Existe uma atmosfera de acolhimento muito forte e importante na interação entre o protagonista e Joe, interpretado por um Paul Raci firme, completo e sensível. Os diálogos mostram uma profundidade no roteiro que casa muito bem com o trabalho triunfante dos atores na construção de seus personagens. Tudo é muito real e posto de uma forma honesta e intensa.

Sound of Metal é um dos meus favoritos da temporada de prêmios, já deu para perceber, não é mesmo? Envolvente, do minuto inicial aos créditos, apresenta debates relevantes e não se perde no óbvio. É poderoso, magnético e repleto de uma musicalidade genuína.

INDICAÇÕES AO OSCAR:
MELHOR FILME
MELHOR ATOR
MELHOR ATOR COADJUVANTE
MELHOR SOM
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
MELHOR EDIÇÃO

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